Adeus economia da atenção. Bem-vinda, economia da intenção.

Descubra por que a economia da atenção está no fim e como a economia da intenção vai definir quem prospera na próxima década digital. Conheça os dados, riscos e oportunidades desse novo cenário — e por que agir com propósito nunca foi tão urgente.

Raphael Rosa

September 1, 2025

Dados e tendências

Por que o diferencial do futuro será agir com propósito

Ao longo da última década, quase todo o ecossistema digital foi pautado pela chamada “economia da atenção.” Plataformas, marcas e criadores competiam por cada segundo do usuário online. O resultado foi um ambiente cada vez mais ruidoso, hiperestimulado e, principalmente, exaustivo para grande parte das pessoas.

No entanto, estamos diante de uma transição estrutural: a ascensão da economia da intenção, baseada na capacidade de execução, propósito e impacto real. Não se trata apenas de um novo modismo — mas de um movimento detectado por pesquisas das principais consultorias de tecnologia e dos grandes veículos globais de negócios, como Fast Company, Forbes e Fortune.

O Fim da Barreira do Conhecimento

Historicamente, a principal limitação para inovar, empreender ou acessar novas oportunidades estava na falta de conhecimento técnico ou de recursos. Pessoas tinham ideias, mas não sabiam como implementar. O acesso ao “como fazer” era o verdadeiro gargalo em todas as esferas: construir soluções digitais, investir, aprender idiomas ou planejar uma viagem.

Em 2025, essa realidade mudou radicalmente. Com a popularização da inteligência artificial generativa, plataformas low/no-code, aplicativos superespecializados e acesso a conhecimento on demand, quase toda barreira informativa foi dissolvida. Não saber por onde começar já não é mais justificativa: IA cria negócios do zero, automatiza processos, desenha sistemas e conecta quem precisa aprender ou executar.

Como apontou a Fast Company, “o que limitava as pessoas era saber o que e como fazer. Agora, a oferta do ‘como’ e do ‘com quem’ está acessível – o que falta é decidir o quê e porquê.” (Fast Company, 2024)

Da Atenção à Intenção

Se o antigo “ouro digital” era capturar atenção, agora o principal ativo será estimular e viabilizar ações intencionais com impacto mensurável. Os dados confirmam esse movimento:

  • Segundo a DataReportal (2024), o tempo médio global online se mantém acima de 6,5 horas diárias, mas o tempo nas redes tradicionais parou de crescer.

  • Mais de 70% da Geração Z e Millennials relatam sintomas de ansiedade e burnout digital (Pew Research Center, 2024).

  • Em paralelo, ferramentas como ChatGPT superaram 700 milhões de usuários ativos semanais, com mais de 70% utilizando IA para solucionar tarefas reais, não apenas “passar tempo” (Forbes, 2024).

  • Ambientes colaborativos e construtivos (como Roblox, Notion, Figma, Discord) registram altas históricas de engajamento, superando, entre jovens, até redes de vídeo viral (Axios, 2024).

O Novo Paradoxo: Oportunidades e Riscos Éticos

Se a barreira do conhecimento caiu, avança um novo dilema: intenção é neutra. As mesmas ferramentas que potencializam a execução positiva também facilitam comportamentos negativos — de fraudes digitais à manipulação em escala, como apontado pela Fortune.

Ao mesmo tempo, a produtividade recorde abre espaço para debates como o da renda básica universal, com o risco de parte significativa da população sobreviver de subsídios sem propósito ou engajamento social — apenas imersa em consumo passivo.

A economia da intenção, portanto, exige um novo paradigma moral: mais do que nunca, estimular boas intenções (individuais e coletivas) será central para criar progresso sustentável. E, ao contrário dos tempos da economia da atenção — marcada por ambição desenfreada e paralisia generalizada —, o protagonismo volta a quem estimula realização genuína, integridade e colaboração.

Transformações Visíveis: De Consumidores a Construtores

Essa transição se reflete em dados e em comportamentos já observáveis:

  • De “social” para IA: o que era espaço para autopromoção virou um ambiente de resolução de tarefas, planejamento, automação.

  • De creators para builders: plataformas de construção colaborativa (como Roblox, Bubble, Zapier) formam a nova elite digital.

  • De dopamina para propósito: cresce a participação em hackathons, fóruns de aprendizado, e projetos de longo prazo.

  • De audiência para engajamento real: comunidades pequenas, privadas, cooperativas batem recordes de conversão e impacto.

  • De consumo passivo para imersão ativa: dispositivos de AR/VR (cujo volume de vendas cresceu 38% em 2024 segundo a IDC) criam experiências próprias, e não só entretenimento.

Conclusão: Execução é o Novo Fator de Diferenciação

Atenção não é mais escassa — intenção sim.
Quem atua para facilitar a realização de metas relevantes, com ética e colaboração, estará à frente do ciclo de prosperidade e evolução digital dos próximos anos.
A barreira não é mais não saber como fazer — mas o que fazer, por que fazer, e como garantir que essas intenções gerem valor ao coletivo.

O futuro será determinado por quem consegue transformar intenção em execução de verdade.

Referências

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